“Traduzir poesia da libertação africana do português para o árabe” – Por Mohamed Walid Grine. Na revista Ruído Manifesto (Brasil)

نشرت المجلة الأدبية البرازيلية رويدو مانيفستو مقالتي بعنوان “ترجمة الشعر التحرري الإفريقي من البرتغالية إلى العربية”، والتي تحدّثْتُ فيها عن تجربتي كمترجم لشعراء المقاومة والثورة التحريرية الإفريقية الناطقين باللغة البرتغالية، مثل أغوستينيو نيتو (أنغولا) وجوزيه كرافايرينيا (الموزمبيق)

مقطع من المقالة:

Poemas para Neto serviram como um instrumento cultural para lutar contra a ideologia colonialista portuguesa antes de que ele lutasse com as armas contra o exército colonial Português no campo de batalha. Os poemas de Neto expressavam resistência, uma forte fé na vitória final sobre as forças colonialistas. O mote principal do poeta era “A Vitória é certa”. Lembro-me que depois de ler a poesia de Neto, me fez pensar na poesia dos argelinos Kateb Yacine e Bachir Hadj Ali, dois poetas e militantes pela independência nacional da Argélia. Refiro-me a “Soliloques” (solilóquios), de Yacine, e a “Chants pour le onze Décembre” (Cantos para o onze dezembro), de Hadj Ali. Os temas são semelhantes: amor da terra natal, elogio da Revolução Nacional, orgulho dos heróis históricos nacionais e populares, elogio dos movimentos populares de resistência contra invasões estrangeiras, solidariedade com os camponeses e os operários africanos. Isso pode ser observado nos poemas de Neto “Adeus na hora da largada”, “Havemos de voltar” ou nos poemas do moçambicano José Craveirinha “Xigubo”, “Grito negro”. Cito estes dois nomes porqué sao os poetas que mais me marcaram como leitor de poesía africana de expressão portuguesa. Kateb, Hadj Ali, Neto e Craveirinha (todos poetas anticapitalistas) afirmaram a libertação e desalienação mentais do colonizado das cadeias do pensamento escravista colonial.

O tradutor/tradutora não é apenas um trocador de palavras, ele/ela é também um passador de cultura. Ele/ela é também um elo essencial no diálogo que se instaura entre o escritor e o leitor dele, provenientes de culturas diferentes. É isso que faz para mim a beleza do ato de traduzir. Joyce Lussu, famosa tradutora italiana da poesía do Neto, escreve no livro dela “Tradurre poesia” (traducir poesia), publicado no 1967: “Traduzir poesia não é um exercício acadêmico e filológico árido sobre as complicações gramaticais e sintáticas de uma linguagem. Traduzir poesia é um esforço para compreendê-la, é quase revivê-la. É suficiente apenas (mas é indispensável) ter com o poeta o denominador comum da posição do homem em relação à vida.”

Link para ler tudo o texto: https://ruidomanifesto.org/traduzir-poesia-da-libertacao-africana-do-portugues-para-o-arabe-por-mohamed-walid-grine/

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